“Não há fatos, apenas interpretações” (Friedrich Nietzsche)
Nunca a frase de Nietzche foi tão real como neste momento!
Estamos chegando perto das eleições a prefeito e a vereadores nas nossas cidades. Neste dia 15 teremos que nos posicionar sobre esta questão tendo que fazer uma escolha num clima dominado pela apatia e polarização.
Que cidade queremos? A cidade é o local em que vivemos, trabalhamos e estudamos. Deveria ser fácil perceber a importância do “Bem Comum”, em questões como saúde, educação, cultura, habitação e redução da pobreza.
Conseguimos enxergar e dialogar sobre isso? Ou já renunciamos a este diálogo porque o Bem Comum está reduzido às interpretações que apenas nos dividem?
A cidade é uma construção de todos, inclusive das obras sociais que tentam dar respostas aos grandes desafios do nosso tempo. Desejamos uma sociedade mais justa, mais fraterna, fruto desta construção conjunta.
Nestes tempos de pandemia, temos sido continuamente provocados a viver intensamente o real, a dar as razões daquilo que fazemos, a não ter medo ao enfrentar a dramaticidade do cotidiano para verificar se existe uma positividade na nossa experiência. O que descobrimos? Como chegamos às eleições do domingo? Adquirimos algumas certezas e, portanto, estamos cheios do desejo de fazer a diferença através do nosso voto, ou com mais rejeição?
A doutrina social da Igreja afirma que a ação política é uma forma profunda de caridade. Como vamos escolher os candidatos? A partir das mudanças, grandes ou pequenas, que realizaram em suas próprias vidas e entorno ou pelos discursos com promessas vazias? Novamente olharemos os fatos ou cairemos nas interpretações? Quem nestes anos mostrou por meio das ações no exercício da própria responsabilidade que o outro é um bem?
Não podemos cair na armadilha da polarização de posições, a partir da questão ideológica.
Temos vivido o drama da dor e da perda, mas também de inúmeras ações de solidariedade em todos os âmbitos da vida social. Que ações concretas de solidariedade respondem às necessidades profundas do coração humano?
Tenhamos a coragem de olhar para aquelas pessoas e momentos de pessoas que por alguma razão inexplicável, nos surpreenderam com as mudanças geradas por suas ações.
A escolha deste final de semana segue o mesmo caminho: partir da realidade!
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